O ator Maxence Cazorla, responsável pela captura de movimentos do personagem Gustave em Clair Obscur: Expedition 33, defendeu a criação de uma categoria de Melhor Personagem em premiações de jogos. Segundo ele, esse formato seria mais justo para reconhecer todos os profissionais envolvidos na construção de um personagem digital.
A declaração surge após apenas o ator de voz Charlie Cox ter sido indicado ao prêmio de Melhor Performance em uma grande cerimônia, pelo papel de Gustave. Embora Cox tenha reconhecido publicamente a importância do trabalho de Cazorla, o ator de captura de movimentos acredita que o modelo atual ainda deixa contribuições importantes invisíveis.
Em entrevista ao site Eurogamer, Cazorla afirmou que premiar apenas um intérprete isola o reconhecimento e não reflete a natureza colaborativa do desenvolvimento de personagens em jogos modernos. Para ele, uma categoria focada no personagem, e não em um único desempenho, faria mais sentido.
Cazorla destacou que ficou profundamente honrado com o reconhecimento público feito por Charlie Cox. Segundo ele, a postura do colega demonstrou humildade e generosidade ao valorizar o trabalho conjunto.
De acordo com o ator, Gustave é resultado direto da soma entre a interpretação física feita por meio da captura de movimentos e a atuação vocal. Além disso, ele ressaltou a importância do roteiro e do trabalho da equipe de desenvolvimento para dar profundidade ao personagem.
O ator também explicou que muitos personagens de Clair Obscur: Expedition 33, como Maelle, Lune e Verso, foram criados a partir da colaboração de mais de um intérprete. Em outros jogos, há casos em que dubladores, atores de captura de movimentos e até dublês participam da criação de um mesmo personagem.
Por esse motivo, Cazorla acredita que a forma mais justa de celebrar o trabalho artístico nos jogos é premiar o personagem como um todo. Ele citou como exemplo uma premiação da indústria que já adota esse modelo, reconhecendo personagens independentemente do número de atores envolvidos.
Apesar do sucesso crítico e comercial de Clair Obscur: Expedition 33, o jogo também esteve recentemente envolvido em controvérsia. Uma premiação independente retirou o título de Jogo do Ano da produção após questionamentos relacionados ao uso de inteligência artificial. Ainda assim, o game segue amplamente reconhecido como um dos grandes destaques do ano.
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