A Larian Studios, desenvolvedora de Baldur’s Gate 3 e Divinity, confirmou que utiliza ferramentas de inteligência artificial (IA) generativa em seus processos de desenvolvimento. Segundo o estúdio, porém, essa tecnologia não é usada para criar conteúdo final dos jogos, como história, personagens ou atuações.
Em entrevista à Bloomberg, o diretor do estúdio, Swen Vincke, explicou que a inteligência artificial é aplicada em tarefas de apoio. Entre os usos estão a exploração de novas ideias de jogo, a criação de artes conceituais iniciais, textos temporários e até apresentações internas. De acordo com Vincke, a maior parte da equipe está confortável com essa abordagem, embora tenha havido alguma resistência interna.
O executivo foi categórico ao afirmar que o próximo jogo da série Divinity não terá conteúdo criado por inteligência artificial. Todo o material narrativo será escrito pela equipe humana, e todos os personagens serão interpretados por atores reais.
Vincke destacou que o uso de sistemas automatizados não é novidade no estúdio. Há meses, ele já havia mencionado o emprego de aprendizado de máquina para tarefas repetitivas ou pouco criativas, liberando os desenvolvedores para focar em aspectos mais importantes do design.
Para jogos de interpretação de papéis, segundo ele, a tecnologia pode ajudar a lidar com reações inesperadas do mundo do jogo às escolhas do jogador. Esse tipo de variação amplia a sensação de liberdade e torna a experiência mais rica e dinâmica.
Apesar dos benefícios, o diretor reconhece que existem alertas importantes envolvendo o uso de inteligência artificial, como o medo de substituição de profissionais ou apropriação indevida de trabalhos criativos. Ainda assim, Vincke afirma que a Larian está contratando mais pessoas, não menos, justamente por causa do avanço tecnológico.
Na visão do executivo, a automação aumenta a capacidade criativa das equipes. Ao reduzir o tempo gasto em tarefas indesejadas, artistas e animadores conseguem dedicar mais atenção ao trabalho criativo. Isso torna possível desenvolver jogos mais complexos e ambiciosos.
Vincke também reforçou que é um erro encarar a automação apenas como redução de custos. Para ele, o ganho real está no aumento de qualidade e eficiência, permitindo ciclos de desenvolvimento mais rápidos e resultados mais refinados.
O novo jogo da série Divinity foi anunciado recentemente durante o The Game Awards, com um trailer cinematográfico chamativo. Até o momento, o título ainda não possui data de lançamento definida.

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